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Corra ao sepulcro!

Os discípulos Pedro e João correndo ao sepulcro na manhã da Ressurreição , por Eugene Burnand (c. 1898) A Páscoa é o ponto alto do Ano Eclesiástico, pois a ressurreição de nosso Senhor Jesus é o acontecimento transformador da realidade humana. O Domingo de Páscoa foi apenas o começo! Para meditarmos mais demoradamente sobre o significado da Páscoa, o brilho da ressurreição é estendido por cinquenta dias até o Pentecostes. É assim que o evangelista Lucas narra este acontecimento fundamental da fé cristã: “No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres tomaram as especiarias aromáticas que haviam preparado e foram ao sepulcro. Encontraram removida a pedra do sepulcro, mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Ficaram perplexas, sem saber o que fazer. De repente dois homens com roupas que brilhavam como a luz do sol colocaram-se ao lado delas. Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: “Por que
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Advento, o Cristo que sempre está vindo

Ícone de Gerges Samir Advento nos vem dizer que Cristo é aquele que sempre está vindo. É aquele que não cessa de vir. Não é alguém distante que está para chegar. Que corre mesmo o risco de não chegar. Mas aquele que é uma chegada sempre atual. Não é um fato histórico, limitado entre duas datas. Com um começo. E com um fim. Mas esta chegada de Cristo é uma realidade perene. De alguém, como diz o Apocalipse, que está sempre à porta e bate. Tempos há em que muito barulho reina em nossa casa, e as pancadas dele não se deixam perceber. Muitos aparelhos sonoros gritam altas vozes e sufocam o suave bater do peregrino que volta sempre. Outras vezes, a quantidade de batidas, vindas de cem mil direções, afoga e confunde a batida daquele que quer ser o único a ser escutado. Uma surdez pessoal, não raro, intercepta estas batidas, tornando-as imperceptíveis. Por isso, o Advento é um tempo excepcional. Cria - ou tenta criar - uma atmosfera mais serena para que as batidas do

Gandalf e o poder da verdade

arte: www.stevethomason.net Gandalf usou seus poderes miraculosos em épocas de grave perigo... "Ele sempre aparece quando as coisas estão tenebrosas." ... No entanto, apesar de todos os seus poderes miraculosos, a influência profética do mago consiste, sobretudo, no domínio da sabedoria. Gandalf impactou os acontecimentos da Terra Média pelo poder de suas palavras. De fato, esse era seu chamado genuíno. De acordo com O Silmarillion - os escritos lendários que fornecem o pano de fundo para O Senhor dos Anéis - Gandalf e os outros magos eram "mensageiros enviados pelos Senhores do Oeste para contestar o poder de Sauron". A palavra mensageiro indica que os magos não confrontam o mal através da força militar, mas com o poder da verdade... Cada um dos protagonistas de O Senhor dos Anéis tem um personagem que destaca suas verdadeiras qualidades, por contraste. Para Gandalf, o personagem contrastante é Saruman... Eles são "parecido, e ao mesmo tempo diferente&qu

Tabita (Dorcas), Lídia e Febe

Todo-poderoso Deus, que moveste à compaixão os corações de tuas amadas servas Dorcas, Lídia, e Febe para manter e suster a tua Igreja através de suas obras de caridade. Concede-nos a mesma vontade de amar a ti. Abre nossos olhos para enxergamos a ti nos pequeninos e fortalece nossas mãos para servirmos a ti no próximo; por amor de teu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. ( Treasury of Daily Prayer )

Para os que sofrem infortúnios e calamidades

Natal, Ano Novo, Epifania e férias na escola ou no trabalho. Tempo de alegria, promessas, expectativas e revigoramento. No entanto, as calamidades, sofrimentos e tragédias coletivas e pessoais nos lembram que ainda vivemos em meio a um vale de lágrimas. Assim também se sucedeu com a Sagrada Família. Em meio à alegria da Anunciação e de uma concepção miraculosa, eles também experimentaram os dissabores da bisbilhotice e desonra, uma fuga apressada, a desventura de refugiados, o martírio das crianças inocentes. Os sofrimentos e tribulações que envolvem o nascimento de Jesus projetam a cruz sobre a manjedoura. Lutero escreveu certa vez: " Assim que a vida cristã ou qualquer outra coisa de Cristo começa, a próxima coisa, a cruz, está perto" (WA 27: 475-76). Mas, graças a Deus, o Menino que celebramos no Natal carrega uma promessa divinal em seu nome. Ele é Emanuel. Deus é conosco. Deus está comigo e com você. Essa promessa persiste, mesmo que o choro se misture ao riso.

O cheiro do Natal

No dia 17 aconteceu a Cantata de Natal na Igreja Reformada que pastoreio aqui em Itararé. Como sempre, momentos como estes são uma oportunidade de reviver a mensagem do amor de Deus, que veio ao mundo de forma tão humilde e singela. Assim como no primeiro Natal estiveram os humildes pastores das campinas de Belém, aqui também não faltaram as crianças da vila. Como acontece em todos os encontros do povo de Deus, também estiveram conosco a mesma multidão dos exércitos celestiais e também o Deus Menino. Também tinha um presépio especial feito pelo nosso paroquiano Robert J. Blümel. O presépio reflete o amor que o Robert tem pela igreja e seu Senhor. O pai dele, Martin Johannes Blümel, foi pastor na Comunidade do Redentor (um belo templo de estilo gótico de 1894, próximo ao centro histórico de Curitiba) e na Comunidade Melanchton, no bairro Boqueirão (também em Curitiba), entre as décadas de 60 e 70. A dedicação que Robert tem pela igreja vem de berço. Quando ele me pergu

Natividade de John Donne

Cena da Natividade, por Joseph Kastner (1844 - 1923), na Igreja do Redentor (Erlöserkirche), em Viena (Áustria) NATIVIDADE | John Donne Tradução de Lawrence Flores e Marcus de Martini: A imensidade toda em teu ventre divino Abandona já o amado confinamento, Ali, a fim de ser possível seu intento, Surge neste mundo frágil e franzino. Mas, onde o pouso para ti e teu menino? Deita-o na manjedoura, pois do Oriente vasto Sábios e estrelas virão para que o nefasto Se detenha, o ciúme de Herodes assassino. Vês, minha alma, c’os olhos da fé, como dorme O que tudo preenche, mas ninguém segura? Não é a piedade Dele tão enorme, Para te apiedares na mesma altura? Beija-o e até o Egito siga trilha adentro, Com Sua mãe, que partilha teu sofrimento. FLORES, Lawrence; MARTINI, Marcus de. Traduzindo La Corona , de John Donne. Revista Letras , São Paulo, v.49, n.1, p.29-46, jan./jun. 2009. Disponível em: http://seer.fclar.unesp.br/letras/article/view/1747. Acesso em: 21.dez.2017. Tradução de Afonso F