"Pentecostes" (1620-1625), Juan Bautista Maíno |
Neste domingo próximo celebraremos o Pentecostes, uma das festas mais importantes do calendário cristão, que lembra a descida do Espírito Santo sobre os seguidores de Cristo, exatamente 50 dias após a sua ressurreição e 10 dias após a sua ascensão.
O texto bíblico conta que naquele dia “havia em Jerusalém judeus, devotos a Deus, vindos de todas as nações do mundo” (At 2.5). Estavam ali por causa da Festa das Semanas, que já antes do tempo de Jesus, em virtude da influência grega, era chamada de Pentecostes, uma palavra que significa “quinquagésimo”, pois era celebrada 50 dias (sete semanas) após a Festa da Páscoa (Lv 23.15,16; Dt 16.9,10).
No antigo calendário bíblico esta festa acontecia na colheita dos primeiros frutos (primícias) do trigo (Ex 23.16; 34.22). Também passou-se a recordar a renovação da aliança feita com Noé e mais tarde com Moisés e a entrega da Lei no Monte Sinai. Mas era observada mais como uma festa de ação de graças, ocasião em que eram oferecidos ao Senhor dois pães feitos dos primeiros feixes de trigo colhidos.
É neste contexto festivo que os discípulos de Jesus estavam todos juntos, quando “de repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava” (At 2.2-4). Todos ouviram o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo ser proclamado em sua própria língua (At 2.10). Essa é a principal obra do Espírito Santo ainda hoje, quando ele reúne pessoas de todas as nações na santa Igreja, ensinando e lembrando tudo o que Jesus disse.
O Pentecostes foi o último acontecimento da obra salvadora de Jesus, a descida do Consolador que ele havia prometido. É esse derramamento do Espírito que os cristãos passaram a comemorar em seu Pentecostes. É a festa do Espírito Santo, a terceira pessoa da misteriosa Trindade que opera preservando a fé em nós, de maneira que “ninguém pode dizer: ‘Jesus é Senhor’, a não ser pelo Espírito Santo” (1Co 12.3). Este Espírito habita em nossos corações mediante a fé (Ef. 3.17). “Deus enviou o Espírito de seu Filho ao coração de vocês, e ele clama: ‘Aba, Pai’” (Gl 4.6).
Celebramos esta festa com grande alegria e fé na presença e poder do Espírito Santo na Igreja e em nossos corações, convencidos de que ainda hoje se repete o milagre do primeiro Pentecostes, quando Deus derramou neste dia o prometido Espírito Santo. No entanto, uma vez que a Igreja e cada um de nós ainda não alcançou a perfeição, façamos deste hino, conhecido desde o séc. XIII e popularizado por Lutero no séc. XVI, a nossa fervorosa prece ao Espírito Santo:
Ó Santo Espírito do Senhor,
dá-nos fé e verdadeiro amor!
Queiras confortar-nos em nossa vida;
Tua igreja mantém unida.
Kyrie eleison.
Publicado no Jornal O Guarani, nº 2509 – 02 a 08/06/2017 (Itararé, SP)
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