O apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Roma que estava certo de que nada pode separar o ser humano do amor de Deus, “nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura” (Rm 8.38-39). Pois eu também estou certo de outra coisa. Nada pode nos separar do amor de mãe, nem a distância, nem a vida adulta, nem o casamento, nem alguma outra coisa. A ligação telefônica que recebi de minha mãe na semana passada confirmam isso. Ela se mostrava preocupada com minha saúde e com o tempo que já passou sem visita-la, o que ela também julga importante para uma boa saúde emocional. Comovido por esse amor de mão, fui às lágrimas. Acredito que toda mãe, mesmo após os filhos terem alçado voo na vida, esperam que eles voltem de vez em quando ao ninho.
Conta-se que ao indagarem a mãe do pastor Martin Luther King Jr., sobre como havia educado seu filho para uma vida dedicada a Deus e o próximo, a senhora Alberta Williams King teria respondido que lhe havia dado duas coisas: “raízes e asas”. Não sei se tal episódio na vida daquela mãe é verídico, mas faz todo o sentido se examinarmos os escritos de seu filho. Em 1950, antes de se tornar o grande ativista dos direitos civis e o mais jovem laureado com o prêmio Nobel da Paz, Luther King escreveu: “Nossa mãe também esteve sempre nos bastidores, provendo aqueles cuidados maternos, cuja falta deixa um elo perdido na vida... É muito fácil para mim pensar em um Deus de amor, principalmente porque eu cresci em uma família onde o amor era central e onde relações permeadas por amor eram sempre presentes” (The Papers of Martin Luther King, Jr, Volume 1. p. 360).
A sabedoria das “raízes e asas” atribuída à mãe de Luther King já foi creditada ao Rev. Henry Ward Beecher (1813-1887) pelo presidente norte-americano Ronald Reagan, numa mensagem pelo Dia dos Avós em 1982. Também foi citada pelo jornalista, agraciado com o Prêmio Pulitzer em 1946, William Hodding Carter II: “Uma mulher sábia me disse uma vez que há apenas dois legados duradouros que podemos transmitir aos nossos filhos. Um deles ela disse que é raízes, o outro, asas. E elas só podem ser cultivadas em casa” (Where Main Street Meets the River. New York: Rinehart & Co., 1953. p. 337).
Raízes e asas são presentes de mãe. As raízes são a educação e os valores de casa, a integridade e boas referências da família, e principalmente o afeto que nasce do amor materno que acompanham os filhos por toda a vida. A promoção saudável da autonomia são asas que permitirá aos filhos alçarem voos alicerçados e nutridos nestas raízes. Diante dos dilemas e decisões que a vida colocar diante dos filhos, eles vão agir da forma mais correta, justa e honesta que é possível. Jamais irão entristecer ou envergonhar a mãe que o gerou.
De um modo especial e maravilhoso o Senhor tece a vida no ventre de uma mãe (Sl 139.13-14) e a sustenta com suas dádivas através da mesma mãe. Por tudo isso, a maternidade é uma maravilhosa vocação na qual Deus chama uma vida para gerar e participar diretamente na orientação e desenvolvimento de outras vidas e ainda serem portadoras iniciais da vontade de Deus no mundo!
Parabéns minha mãe! Parabéns a todas as mães! Deus abençoe todas!
Comentários
Postar um comentário