O Domingo da Santíssima Trindade é uma oportunidade dentro do Ano Eclesiástico de recapitularmos com gratidão o mistério da salvação, que é a obra do Pai através do Filho, no Espírito Santo. O foco da celebração da Trindade não deve ser tanto a respeito da doutrina mas a respeito da venerável adoração, tal como é o foco no Credo Atanasiano: “a fé católica consiste em venerar um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade ... deve ser venerada a Trindade na unidade e a unidade na Trindade" (Livro de Concórdia, pág. 20-21).
Uma esplêndida exposição da Trindade também encontramos no conhecido hino que o bispo inglês Reginald Heber (1783-1826) escreveu para a celebração da Trindade:
Santo! Santo! Santo! Deus onipotente, [Ap 4.8]
cedo de manhã, cantaremos teu louvor. [Is 26.9]
Santo! Santo! Santo! Trino Deus, clemente,
és um só Deus, excelso Criador! [Is 6.3]
Santo! Santo! Santo! Clamam os remidos, [Ap. 4.6,10]
entoando salmos diante do Senhor.
Honra, glória e bênção rendem reunidos
ao Deus de eterno, infindo e grande amor. [Ap 4.8b]
Santo! Santo! Santo! Deus, que és majestoso,
reinas com poder sobre a terra, céus e mar.
Desde todo o sempre foste, ó Deus glorioso;
tua grandeza nunca irá findar. [Sl 29.1,2]
Santo! Santo! Santo! Deus que és sempre vivo,
tuas obras louvam teu nome com fervor. [Ap 15.3,4]
Santo! Santo! Santo! justo e compassivo, [Ap 5.13; Sl 145.8-10]
és um só Deus, supremo Criador!
O hino lembra a imagem da revelação do Senhor Deus Todo-poderoso a João nos capítulos 4 e 5 do Apocalipse e a visão de Deus do profeta Isaías (cap. 6), apresentando numa linguagem vívida, a glória e majestade do Deus Triúno (estrofe 1). Cada estrofe inicia com o Sanctus do culto eterno que toda a companhia celeste rende à Trindade Santa (estrofe 2). A este culto se junta a imperfeição de nosso louvor terreno que confessa o domínio do Deus majestoso sobre todas as coisas (estrofe 3). Ao mencionar a tríade de seu domínio (terra, céus e mar), o poeta sacro também enfatiza a essência trinitária do Deus glorioso. Finalmente, as obras majestosas do Pai, Filho e Espírito Santo revelam que a Trindade age com justiça e compaixão (estrofe 4) para a redenção da criação.
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