Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2010

Uma estória para contar no Natal

O guardador de rebanhos VIII Num meio-dia de fim de primavera Tive um sonho como uma fotografia. Vi Jesus Cristo descer à terra. Veio pela encosta de um monte Tornado outra vez menino, A correr e a rolar-se pela erva E a arrancar flores para as deitar fora E a rir de modo a ouvir-se de longe. Tinha fugido do céu. Era nosso de mais para fingir De segunda pessoa da trindade. No céu era tudo falso, tudo em desacordo Com flores e árvores e pedras. No céu tinha que estar sempre sério E de vez em quando de se tornar outra vez homem E subir para a cruz, e estar sempre a morrer Com uma coroa toda à roda de espinhos E os pés espetados por um prego com cabeça, E até com um trapo à roda da cintura Como os pretos nas ilustrações. Nem sequer o deixavam ter pai e mãe Como as outras crianças. O seu pai era duas pessoas  — Um velho chamado José, que era carpinteiro, E que não era pai dele; E o outro pai era uma pomba estúpida, A única pomba feia do mundo Porque não era do mundo nem era pomba. E

Seminário 62 Anos em Busca dos Direitos Humanos

O Comitê Regional de Educação em Direitos Humanos e a Prefeitura Municipal de São Leopoldo , em mais uma ação do projeto de Fortalecimento do Comitê Reginal de Educação em Direitos Humanos , promoverão no próximo dia 15 de dezembro, o Seminário 62 anos em busca de Direitos Humanos . Na programação está previsto uma homenagem à militante de Direitos Humanos, Margarida Genevois e a entrega dos certificados do Curso de Formação em Educação em Direitos Humanos realizado na primeira metade do ano. Data : 15 de dezembro de 2010 Hora : 18 horas Local : Centro Cultural José Predo Boéssio - Teatro Municipal de São Leopoldo            Rua Osvaldo Aranha, 934 - São Leopoldo/RS Informações : Comitê Regional de Educação em Direitos Humanos

Direitos Humanos: uma luta permanente

Paulo César Carbonari * 10 de dezembro é o dia mundial dos direitos humanos. A data marca a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) pelas Nações Unidas (ONU), em 1948. A DUDH é um marco na luta pelos direitos humanos em todo o mundo. Esta luta, no entanto, não se restringe a esta data; é uma luta permanente de todos/as que acreditam que a dignidade humana está acima de qualquer preço, aliás, nunca pode ter preço, mas só valor, e não está disponível em qualquer hipótese. Mas, será que estamos convencidos/as de que direitos humanos se constituem em valor universal? O que significa defender direitos humanos? Quais são os principais desafios para realizar os direitos humanos hoje? Refletir sobre estas questões é o chamamento deste artigo. Mesmo que não possa comportar todas as dimensões que as questões suscitam, apresenta alguns aspectos que podem ajudar a despertar consciências e a mobilizar práticas. O conteúdo dos direitos humanos, a dignidade humana, consti

Teatro: Larissa não mora mais aqui

Porquê Pensar?

Acabo de ler o artigo intitulado " Porquê Pensar?"  de Boaventura de Sousa Santos , sociólogo e Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Tem a ver com a postagem anterior, por isso o reproduzo aqui tal como publicado no sítio do Centro de Estudos Sociais (CES) . Não deixe de ler também o texto "Seis razões para pensar" que faz a mesma discussão na Lua Nova , revista de política e cultura do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec) . Eis o artigo: O mundo contemporâneo exige que pensemos mas priva-nos frequentemente das condições para pensar Recentemente, os cientistas sociais do CEDEC, um prestigiado centro de investigação sociológica do Brasil, propuseram-me que, juntamente com eles, tentasse responder à pergunta: porquê pensar? O interesse específico deles era encontrar razões e caminhos para pensar o Brasil mas queriam encontrá-los a partir de uma reflexão mais geral sobre porquê e como pensar as sociedades dos

Ler devia ser proibido

Achei muito interessante o vídeo acima. Acabou por me conduzir a algumas reflexões a respeito do que lemos e por que lemos, principalmente coisas tão antigas. Na busca de uma ordenação das minhas reflexões acabei caindo no Prefácio do Harold Bloom ao seu livro “ Como e por que ler ” (“ How to read and why ”, no original): “... existe uma razão precípua por que ler. Nos dias de hoje, a informação é facilmente encontrada, mas onde está a sabedoria? Se tivermos sorte, encontraremos um professor que nos oriente, mas, em última análise, vemo-nos sós, seguindo nosso caminho sem mediadores. Ler bem é um dos grandes prazeres da solidão; ao menos segundo a minha experiência, é o mais benéfico dos prazeres. Ler nos conduz à alteridade, seja à nossa própria ou à de nossos amigos, presentes ou futuros. Literatura de ficção é alteridade e, portanto, alivia a solidão. Lemos não apenas porque, na vida real, jamais conheceremos tantas pessoas como através da leitura, mas, também, porque amizades

Haiti: como tirar proveito de um desastre

Sob o título “ Haiti Disaster Capitalism Alert: Stop Them Before They Shock Again ” Naomi Klein fez o seguinte alerta em seu artigo: “Os leitores do The Shock Doctrine sabem que a Heritage Foundation foi uma das principais defensoras da exploração de desastres para empurrar suas políticas corporativas impopulares . A partir deste documento , elas estão aí outra vez, nem mesmo esperaram um dia para usar o terremoto devastador no Haiti para empurrar as suas chamadas reformas.” Naomi destaca uma citação primária que julga revelar o instinto da proposta: "Além de fornecer assistência humanitária imediata, a resposta dos EUA ao trágico terremoto no Haiti oferece oportunidades de reforma do governo e da economia a longo prazo disfuncional do Haiti, bem como melhorar a imagem pública dos Estados Unidos na região". Logo no título a proposta se revela gananciosa: "Em meio ao sofrimento, a crise no Haiti oferece oportunidades para os EUA". Nunca a milenar sabedoria chinesa