O livro bíblico dos Atos dos Apóstolos relata que depois de ressuscitar, Jesus apareceu aos discípulos “por um período de quarenta dias falando-lhes acerca do Reino de Deus” (At 1.3). Ao final desse tempo, Jesus disse que o Espírito Santo desceria sobre eles. “Tendo dito isto, foi elevado às alturas enquanto eles olhavam, e uma nuvem o encobriu da vista deles. E eles ficaram com os olhos fixos no céu enquanto ele subia” (At 1.9-10). Hoje, passados 40 dias da Páscoa, a igreja cristã celebra a Ascensão de Jesus, lembrando o dia em que sua aparência visível ficou oculta da vista humana.
Diante de muitas circunstâncias dolorosas da vida, somos levados a pensar que se Cristo está lá no céu, ele está ausente de nossa realidade aqui embaixo. Tragédias como a da Inglaterra, nesta semana, trazem a sensação de que não estamos seguros aqui no mundo. Mas não precisamos ir muito longe, quando vivemos uma catástrofe social e política em nossa pátria e em nossas cidades convivemos com o medo e a insegurança. E ainda mais próximo de nós está a ansiedade e o medo provocados pela enfermidade, ódio, dívidas, dissoluções familiares e tantas outras tragédias pessoais e coletivas que conhecemos muito bem. Todos estes eventos reforçam uma ideia de que estamos ao deus-dará. Mas, por causa da ascensão de Cristo, acontece exatamente o contrário. Agora ele tem o domínio sobre tudo e está em todo lugar, no tempo e no espaço. A ascensão de Cristo nos proporciona uma grande dádiva que é termos Cristo bem perto de cada um de nós, ao alcance de nossos clamores e necessidades.
Cristo não foi embora. Ele ainda permanece conosco. “Eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mt 28.20), prometeu nosso Senhor. Não conseguimos vê-lo com nossa fraca visão terrena, mas o veremos no último dia. “Galileus, por que vocês estão olhando para o céu? Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi elevado aos céus, voltará da mesma forma como o viram subir” (At 1. 11), disseram os anjos aos discípulos após a ascensão de Cristo. A fé permite olharmos através da nuvem que encobriu o Salvador e enxergarmos que em Cristo já estamos assentados nos lugares celestiais. “Mesmo não o tendo visto, vocês o amam; e, apesar de não o verem agora, creem nele e exultam com alegria indizível e gloriosa, pois vocês estão alcançando o alvo da sua fé, a salvação das suas almas” (1 Pe 1.8-9).
Juntando-nos aos discípulos e todo o povo de Deus, vamos ficar com nossos olhos da fé fitos nos céus. E com nossos pés vacilantes ainda fincados neste chão, vamos trilhar nosso caminho de peregrinos neste mundo, certos de que Cristo está acompanhando nossa luta diária aqui e, como nosso advogado e mediador diante do Pai, defende nossa causa e intercede por nós. Podemos lançar sobre o Senhor toda nossa ansiedade (1 Pe 5.7), pois do seu trono de majestade, do pináculo do Reino de Deus, Cristo governa amorosamente a vida de seu povo!
Que feliz e abençoada Ascensão de Cristo!
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