“Os netos são a coroa dos idosos; o orgulho dos filhos são os seus pais.” (Provérbios 17.6)
Em 1990 a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o dia 1º de outubro como o Dia Internacional do Idoso. No Japão, onde a velhice é sinônimo de sabedoria e respeito, a 3ª segunda-feira do mês de setembro é um feriado nacional em que se comemora o Dia do Respeito ao Idoso. Os mais jovens deveriam sempre levar em consideração os sábios e experientes conselhos dos mais velhos. Muitos tiveram ou ainda têm na pessoa dos avós a personificação desta sabedoria.
No último dia 26 de julho comemoramos o Dia dos Avós. Quase sempre retratados como velhinhos de cabelos brancos em cadeiras de balanço, os avós de hoje já não se enquadram mais numa faixa etária específica. Isso se soma a uma transformação que vem ocorrendo no perfil das famílias. A expectativa de vida aumentou. Os casais têm filhos muito cedo, quando ainda estão estudando ou galgando na carreira profissional. As mães também estão trabalhando fora de casa. Ambos, pais e mães, vivem uma vida corrida. Muitos são avós quando ainda não alcançaram os 60 anos e os avós que já são idosos ainda estão com muito “pique”, saúde e disposição quando os chegam os netos. Por estas ou outras circunstâncias, os avós são os principais adultos que cuidam das crianças pequenas em muitas famílias.
Os avós são aquelas pessoas especiais na vida de todos nós. São pais com açúcar, como se diz por aí. Eles desfrutam de um afeto peculiar dos netos por suas atitudes acolhedoras, por vezes mais permissivas que a dos pais. Aliás, a queixa de muitos pais é que os avós “estragam” seus filhos. No Dia dos Avós, o historiador Leandro Karnal escrevia em sua coluna no Estadão: “A casa dos pais é a casa dos legumes e dos sucos. A dos avós é a casa do sorvete e do chocolate. Os pais moram em um país definido com leis; os avós mudaram-se para uma ilha tropical e sem governo. Os pais admoestam, instruem, instam e vociferam. Os avós acatam e não cumprem; fazem ouvidos de mercador”. É bem assim que funciona! O saudoso médico e educador Içami Tiba dizia que os pais são os que respondem pelo futuro dos filhos, por isso devem colocar como prioridade a educação ao invés da diversão, ao passo que avós que já educaram seus filhos agora podem privilegiar o convívio e a diversão com os netos. Se os pais ensinarem, os filhos vão saber a diferença entre a casa dos avós e a casa dos pais e, acima de tudo, que não se pode fazer tudo o que quer em todos os lugares.
Além deste suporte afetivo na criação dos filhos de seus filhos, os avós também têm uma relevância muito grande na educação cristã de seus netos. A oração que os avós ensinaram, a historinha bíblica que eles contaram e a confiança dos avós fizeram muitas crianças chegarem a fé e conhecimento de Deus. Vemos um exemplo disso nas Sagradas Escrituras, quando São Paulo elogia o jovem Timóteo pela sua fé, herdada de sua mãe Eunice e sua avó Loide. O apóstolo reconhece que a fé de Timóteo vem de berço: “desde criança você conhece as sagradas letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus” (2 Tm 3.15). Valerius Herberger, um teólogo do século 16, escreveu que “Timóteo aprendeu o catecismo de sua avó”. Para aqueles que são avós é um privilégio exercitar com seus netos a vocação de maternidade e paternidade na fé que uma vez exercitaram com seus próprios filhos, assim como é uma bênção divina ter a alegria de conviver com os netos (Sl 128.5-6).
Que Deus abençoe todos os queridos avós!
Publicado no Jornal O Guarani, nº 2516 – 04 a 10/08/2017 (Itararé, SP)
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